Chat da União Sportinguista

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

À falta de jogadores, Sporting está a exportar treinadores

 
Primeiro saiu Figo, durante a década de 90. Depois apareceram Simão, Quaresma, Ronaldo e Nani. Todos eles renderam milhões de euros ao Sporting e tornaram a escola leonina um viveiro de alas para os grandes clubes europeus, com Barcelona e Manchester United à cabeça. Nos últimos anos, o Sporting deixou de formar alas com qualidade e as vendas resumiram-se a João Moutinho e Miguel Veloso. O paradigma estava prestes a mudar e a mais recente tendência não é a mais agradável. Os últimos três treinadores que passaram pelo Sporting estão agora a trabalhar no estrangeiro, mas, ao contrário de Villas-Boas, que rendeu 15 milhões ao FC Porto, não proporcionaram ao Sporting qualquer encaixe financeiro. Até porque abandonam Alvalade sempre pela porta pequena.

O fim do reinado de Paulo Bento marca o início deste rumo emigrante de Carlos Carvalhal, Paulo Sérgio e José Couceiro. Se Paulo Bento sempre teve propostas quando saiu e preferiu esperar até abraçar a da selecção nacional, o mesmo não se pode dizer dos restantes técnicos. Durante o último mês, os três arranjaram colocação lá fora e, curiosamente, pela ordem inversa àquela por que passaram por Alvalade.

JOSÉ COUCEIRO Chegou ao Sporting como director desportivo antes de Alvalade entrar em ebulição. Num espaço de dois meses, saíram Costinha, o presidente, José Eduardo Bettencourt, e o antigo treinador, Paulo Sérgio. O técnico que também já tinha passado pelo FC Porto foi uma solução consensual de recurso, que teve a difícil tarefa de juntar os cacos e manter a equipa com a sanidade mental necessária para resistir à turbulência de umas eleições concorridas e terminar a época.

O futuro de Couceiro foi sempre uma incógnita. Abrantes Mendes queria-o como director desportivo, mas todos sabiam que as possibilidades de vitória eleitoral eram reduzidas. Com Godinho Lopes, Couceiro começou por ser de confiança mas saiu sem assumir um cargo na formação, como chegou a ser ventilado. A 1 de Julho, dia de aniversário do clube de Alvalade, foi anunciado como novo treinador do Lokomotiv Moscovo. Agora até parece que poderá ser útil aos leões, dado o confirmado interesse em Zapater e Grimi.

PAULO SÉRGIO A saída não foi pacífica e nas entrevistas após a ligação assumiu sempre um tom muito crítico relativamente às promessas da direcção de Bettencourt que ficaram por cumprir. Agora tem um novo desafio no Hearts. Curiosamente, a equipa escocesa é propriedade de um lituano, Vladimir Romanov, com boas relações com Couceiro. "Conversámos, mas não tive qualquer influência", garantiu o treinador do Lokomotiv em declarações à Rádio Renascença.

CARLOS CARVALHAL Foi o primeiro treinador do pós-Paulo Bento. Teve uma pausa para ser comentador televisivo e agora vai abraçar um complicado desafio no Besiktas, de Simão, Manuel Fernandes, Hugo Almeida e Quaresma. No entanto, é uma situação temporária, que durará enquanto o treinador, Tayfur Havutçu, estiver suspenso pelo alegado envolvimento no escândalo de manipulação de resultados na Turquia.

Sem comentários: